segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Você sabe o que é geração Between?

Pesquisa mostra que crianças com oito anos já pensam na profissão que irão seguir
Questionários foram respondidos via internet, por brasileiros de oito a 20 anos

Carreira, sucesso e dinheiro são preocupações só de quem já atingiu a maioridade, certo? Errado. Pelo menos é o que se conclui a partir de uma pesquisa desenvolvida com mais de 1,2 mil crianças, adolescentes e jovens de todo o Brasil, cujos resultados surpreendem: entre os entrevistados de oito a 12 anos, nada menos do que 79% dizem estar muito preocupados com a futura profissão e 76% deles já decidiram que querem ter o próprio negócio.

Aplicados entre março e outubro de 2010 pela empresa Rohde & Carvalho, os questionários foram respondidos via internet, por brasileiros de oito a 20 anos - divididos entre betweens (de oito a 12) e teens (de 13 a 20).

Para atingir o público-alvo, os pesquisadores angariaram participantes das classes A e B por meio de chamamentos nas redes sociais e de contatos com escolas particulares de norte a sul do País.

Toda essa obsessão por um futuro empreendedor, acredita a responsável pela pesquisa, Suzana Carvalho, tem relação direta com o desejo de ganhar dinheiro ou ter status - palavras-chave que também alimentam o inconsciente coletivo de teens e betweens.

— Essa geração que tem tudo não quer perder essa condição social, por isso, o forte desejo de independência financeira —, analisa Suzana.

O professor da Faculdade de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luiz Carlos Lund diz que o amadurecimento precoce diante da carreira é fortalecido pelo desejo de libertação de empregos formais.

— A diferenciação na remuneração é muito importante para os jovens, que mal chegam às universidades e já estão trabalhando —, acrescenta o professor.

Contudo, para uma parcela dos teens, ter sucesso não significa apenas escolher uma profissão que os agrade, mas principalmente ganhar dinheiro. No Brasil, 41% dos entrevistados entre 13 e 20 anos responderam que ser bem-sucedido é sinônimo de uma conta bancária gorda.

Para o coordenador do curso de analista em marketing e vendas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, a estatística é compreensível no universo de classe média alta.

— Para esses adolescentes e jovens, a qualidade de vida está muito associada aos bens materiais —, aponta.

Segundo Teixeira, essa mudança de comportamento não é exclusividade dos brasileiros, influenciada especialmente pelo avanço da tecnologia. Tanto assim, que 90% dos entrevistados disseram possuir celular, internet e Ipod ou MP4.

— Essas escolhas são cada vez mais conscientes, não apenas pelo estímulo familiar, mas pela massa de informações que chega até eles, seja pela internet, TV, escola ou amigos —, exemplificou.


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30/01/11 - A Notícia.

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